Infertilidade Masculina: entenda

O que é?
De acordo com a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (American Society for Reproductive Medicine – ASRM), a infertilidade é a incapacidade de obtenção de gestação após um ano de tentativas, sem uso de nenhum método anticoncepcional. Já para os casais nos quais a mulher tem mais de 35 anos de idade, consideram-se casais incapazes de gestar após 06 meses de tentativas.

Atualmente, estima-se que a infertilidade atinja 10% a 20% dos casais em idade reprodutiva, independentemente de suas origens étnicas ou sociais. Em aproximadamente 30% dos casos, a infertilidade é causada apenas por fatores masculinos, 37% dos casos causadas por fatores femininos e em 40% têm causas masculinas e femininas combinadas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 80 milhões de pessoas ao redor do mundo apresentem o problema.

Causas
A idade do casal, duração da infertilidade, história prévia de gravidez, métodos contraceptivos utilizados no passado, bem como a frequência e o período do ciclo menstrual em que o paciente vem mantendo relações sexuais devem ser investigados.

Os pacientes devem manter intercurso sexual a cada dois dias no período ovulatório e peri-ovulatório, para garantir a presença de espermatozoides móveis nas tubas uterinas durante a passagem do ovócito.

Entre as doenças que podem causar infertilidade no homem, estão:
  Varicocele: dilatação anormal das veias dentro da bolsa escrotal.
  Criptorquidia unilateral ou bilateral: falta do testículo dentro da bolsa escrotal
  Torção testicular: resulta em isquemia do testículo afetado e afeta a produção de espermatozoides.
  História prévia de trauma testicular
  Infecções do trato genital masculino, tais como prostatite e epididimite, pois podem levar à obstrução do trato reprodutivo e subsequente infertilidade
  Orquite (inflamação no testículo) pós-caxumba. O acometimento testicular ocorre em 40 – 70% dos casos de caxumba pós-puberal
  Pacientes com câncer testicular que foram tratados com quimioterapia, radioterapia, cirurgia retroperitoneal, ou uma combinação destas técnicas.
  Febre, viremia ou bacteremia podem causar uma disfunção testicular temporária
  História familiar de diabetes mellitus, uma vez que a diabete pode levar à ejaculação retrógrada ou à ausência da emissão seminal
  Cirurgias vesicais, pélvicas, retroperitoneais e transuretrais
  Alterações genéticas

Fatores de risco
  Tabagismo
  Alcoolismo
  Uso de drogas, como maconha, cocaína, heroína, crack e haxixe
  Estilo de vida
  Poluição ambiental
  Condições sistêmicas, como diabetes e câncer e seus tratamentos, também podem prejudicar a produção de espermatozoides pelo testículo
  Exposição ocupacional a gonodotoxinas, um tipo de pesticida
  Exposição ao cádmio, chumbo e manganês
  Trabalhadores expostos ao calor intenso
  Uso frequente de saunas e banheiras com água quente.

Diagnóstico
O estudo do sêmen constitui a base fundamental na avaliação do homem infértil. É importante salientar que o espermograma não é um teste de fertilidade. Uma análise normal não garante que o homem engravidará sua parceira, assim como uma análise alterada não significa que o casal obrigatoriamente necessitará de ajuda médica para obter a gravidez.

São necessárias duas amostras com intervalo entre 15 a 30 dias. O exame avalia o volume de sêmen, o número, a concentração, a movimentação (motilidade) e a forma (morfologia) dos espermatozoides e também se há algum tipo de inflamação, o que será diagnosticado pela presença de leucócitos.

Também podem ser solicitados o exame de doppler dos testículos e a dosagem dos hormônios: testosterona total, FSH, LH e prolactina.

Tratamento
A correção da causa da infertilidade deve possibilitar o retorno da fertilidade do casal e a gravidez espontânea, desde que seja possível o diagnóstico e o tratamento. O principal objetivo é identificar causas específicas direcionando o tratamento da infertilidade masculina.

Apesar disso, aproximadamente 25% das causas de infertilidade masculina são chamadas de idiopáticas, e não possuem tratamento específico.

Levantada a causa, é possível indicar o melhor tratamento.

Entre as técnicas de reprodução assistida existem:
  Inseminação artificial, quando são injetados espermatozoides na cavidade uterina após estímulo ovulatório
  Fertilização in vitro, quando se colocam espermatozoides em contato com o oócito feminino e espera-se a fecundação para transferi-lo para o útero
  ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide), quando se introduz o espermatozoide no interior do óvulo e, uma vez fertilizado, transfere-se para o interior da cavidade uterina

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